terça-feira, 13 de junho de 2006

Castelo de Sernancelhe, Sernancelhe, Viseu

 
As ruínas daquele que foi o Castelo de Sernancelhe localizam-se na povoação, freguesia e concelho de mesmo nome, no distrito de Viseu.
Erguido no extremo Sul da região do Douro, vizinho à serra da Lapa e ao caminho que ligava a Guarda a Lamego, guardava a foz do rio Távora no século X.
A primitiva ocupação humana de seu sítio remonta ao Neolítico, posteriormente romanizada. Remonta a 960 a noticia sobre a primitiva fortificação de Sernancelhe. Por via de seus testamento D. Flâmula manda vender os seus castelos de Riba Douro e Sernancelhe. Em finais do século X, a fortificação de Sernancelhe é tomada por Almansor e, posteriormente, reconquistado pelos cristãos quando em 1055 o rei Leonês Fernando I expulsa os mouros da região. A 26 de Outubro de 1124 é atribuído o primeiro foral a Sernancelhe, que viria a ser confirmado por D. Afonso II no ano de 1220. Em 1514 D. Manuel I deu novo foral ao concelho, sem que tenha introduzido alterações importantes.
No imaginário popular local persistem as lendas sobre as lutas entre cristãos e mouros, que remontam à época da Reconquista. Foi então, nesse contexto, reconstruída a fortificação de Sernancelhe pelos Cavaleiros da Ordem dos Hospitalários, em pedra de granito.
Actualmente, embora a suas ruínas não estejam classificadas, nem constem dos atuais roteiros turísticos da Câmara Municipal, vale a pena passar pelo local e observar muito do que ainda subsiste, nomeadamente alguns muros ameados e a Porta do Sol.
Sernancelhe conheceu ao longo da sua história várias alterações administrativas que modificaram por completo a organização do município. Fonte Arcada, Lapa, Vila da Ponte e Sernancelhe chegaram a ser vilas, tiveram juiz, tabelião, escrivão, almotacés e sargento-mor de ordenanças. A Fonte Arcada D. Sancha Vermuiz concedeu foral em 1193. Nas inquirições de D. Dinis, o julgado de Fonte Arcada possuía seis aldeias. No ano de 1855 o concelho é extinto e as suas terras são incorporadas no de Sernancelhe.

Sem comentários: