segunda-feira, 23 de abril de 2012

Novo Site da Ordem de Malta em Portugal

Está disponível desde ontem, dia 23 de Abril, o novo site da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta (clicar sobre a imagem). Através desta mesma plataforma a Ordem procurará dar a conhecer a sua história, as suas instituições, os seus símbolos, a sua religiosidade e carisma, e, também assim, a sua acção hospitalária desenvolvida em Portugal, e designadamente através das Embaixadas da Ordem nos PALOP, dentro do espaço da lusofonia. Propósitos manifestados na Nota de Boas-Vindas  do Presidente do Conselho e da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana Militar de Malta, D. Augusto de Albuquerque de Athayde, Conde de Albuquerque.
Também desta forma, pelo recurso às novas tecnologias, se vai actualizando e modernizando a tradicional Ordem Soberana Militar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, cujo estatuto e soberania obtiveram reconhecimento papal há quase 900 Anos. Bem hajam os seus actuais dirigentes!

terça-feira, 3 de abril de 2012

A CAMINHO DO NONGENTÉSIMO ANIVERSÁRIO (1113-2013) DO RECONHECIMENTO PAPAL DO ESTATUTO E SOBERANIA DA ORDEM DE MALTA

Mais conhecida actualmente pelo nome do seu último território sede - Ilha de Malta -, a Soberana Ordem Militar e Hospitalária de Malta, teve origem em Jerusalém, denominando-se então Ordem do Hospital ou dos Hospitalários de S. João de Jerusalém.
Pouco tempo volvido sobre a passagem ao segundo milénio e caída por terra a vaticinada possibilidade do mundo acabar à passagem do ano mil, alguns mercadores amalfitanos alcançaram licença para estabelecerem no bairro cristão de Jerusalém, próximo do Santo Sepulcro, uma igreja, um mosteiro e um hospital. Os monges que serviam esta instituição vestiam um hábito negro, pelo que lhes chamavam monges negros, tomando por padroeiro S. João Baptista e o título de hospitalários, dado que no seu hospital se curavam os cristãos que chegavam do ocidente, aos lugares santos. Nas peregrinações medievais, o longo tempo de viagem agravava as precárias condições de higiene e dieta alimentar, que associadas à falta de descanso, expunham os peregrinos, que procuravam salvar a alma, a uma debilidade física favorável à contracção de numerosas doenças e, também assim, mais vulneráveis aos ataques dos infiéis.
O hospital, tendo recebido de Godefroy de Bonillon, depois de senhor da cidade em 1099, alguma doações, e aumentadas sucessivamente as suas rendas com as liberalidades de outras pessoas, desligou-se, por diligência do seu administrador, o francês Gerard, da dependência do mosteiro de Santa Maria, e constituiu uma congregação separada, de invocação a S. João Baptista, sendo confirmadas pelo summo pontífice (de 1099 a 1118) Pascoal II em 1113 as doações feitas ao hospital, que ficou, a partir de então, sob a protecção da Santa Sé.
Em pouco tempo, e por força das muitas investidas perpetradas pelo infiel, nomeadamente aos lugares Santos, frequentemente vandalizados e saqueados, depressa se tornou necessário desenvolver a vertente militar e, à semelhança da luta que já vinha a ser travada pelos Templários, que surgiram pouco depois dos Hospitalários, esta Ordem começou a desempenhar funções militares, vindo a transformar-se, a par daquela, num dos braços da Igreja na luta contra os muçulmanos, por via daquelas que ficaram conhecidas como as Cruzadas. Apesar de nunca descorar o seu primitivo papel, era agora urgente combater o infiel, participar na reconquista e defesa dos territórios cristãos.
Embora mantendo numa grande escala a sua actividade hospitalária, ao ter em consideração uma das suas duas finalidades, o obsequium pauperum (serviço aos pobres), a Ordem prosseguiu, com eficiência, este último objectivo; ou seja, a defesa do Cristianismo: tuitio Fidei (protecção da Fé).

Em 15 de Fevereiro de 1113, como já referimos, o Papa Pascoal II – através da Bula “Geraudo institutori ac praeposito Hirosolimitani Xenodochii” – reconheceu e aprovou o estatuto que reorganizou a Ordem em semi-religiosa e semi-militar, para proteger os peregrinos contra os muçulmanos, confirmando como fundador o primeiro mestre da Ordem, Beato Gerardo Tum (1040 – 1120), que aceitou a regra de Santo Agostinho. Em virtude desta Bula e outros documentos pontifícios, nomeadamente, a renovação e confirmação pelo Papa Calixto II, pouco antes da morte do Beato Gerardo, em 1120, os Hospitalários converteram-se numa Ordem ligada à Igreja, gozando de isenções e privilégios. A independência da Ordem em relação a qualquer outro Estado e o seu direito de reconhecimento universal de manter forças armadas e de combater, constituíram a base da sua soberania internacional.
Assim, e com o alto patrocínio da Igreja, as Cruzadas levaram estes Cavaleiros a espalharem-se pela Europa e a recolher adeptos um pouco por todos os países do velho continente. A sua importância e ajuda na luta contra o inimigo, tornou-a credora de inúmeros merecimentos por parte de bispos e monarcas.
Em 1187 Saladino conquista Jerusalém e a sede dos hospitalários é mudada para Tiro, mais tarde para Margat e depois para S. João de Acre, que em 1291, é tomada pelos turcos, obrigando a que se transfira, desta feita, para Limisso, na ilha de Chipre. O Grão-Mestre Guilherme de Villaret, que governou a ordem de 1300 a 1306, lançou as suas vistas sobre a ilha de Rhodes, que foi conquistada pelo seu parente e sucessor no grão-mestrado, Foulques de Villaret, a que Clemente V deu a soberania e o direito de nomear o arcebispo.
Em 24 de Março de 1530, Carlos V assina, em Castelfranco, um diploma dando ao Grão-Mestre e à Ordem – comme fief noble libré et franc – os castelos e praças de Tripoli, Malta e Gozo, de que este toma posse em 20 de Outubro de 1530. Tomam a partir de então, o título de Cavaleiros de Malta, que acrescentam aos de Ordem do Hospital ou dos Hospitalários de S. João de Jerusalém e/ou Cavaleiros de Rhodes, que já tinham, ficando assim, até hoje, conhecida por Ordem de Malta.
Em 1798, Napoleão Bonaparte apossa-se da ilha de Malta, que o grão-mestre Hompesch lhe entrega sem combate. O Papa Pio VII modifica os estatutos da Ordem, e Pio IX confirma essas modificações.
Em 1834 a Ordem encontrava-se sediada no Palácio de Malta, em Roma. A maioria dos Priorados já não existia e os monges erravam agora sem orientação. Podia considerar-se dissolvida de facto. No entanto, ao longo de cerca de meio século, alguns priorados foram recriados, e dissolvidas as Línguas (forma como se organizava) a favor de associações nacionais de Cavaleiros que passam a dedicar-se à assistência médica, bem como a nível internacional em caso de calamidade ou conflito (primeiro a Alemanha, depois Inglaterra 1875, Itália 1877, Espanha 1886, França 1891, Portugal 1899). Possui ainda a Villa Magistral, no Aventino, Roma, que, tal como o Palácio de Malta, goza de extra-territorialidade.
Actualmente, a Ordem chama-se Soberana Ordem Militar e Hospitalária de Malta. Está sediada no Vaticano, sendo considerada um Estado sem território, emitindo passaportes, selos e moeda (o Escudo), com um observador nas Nações Unidas. Mantém relações diplomáticas com o Vaticano. É filiada à Cruz Vermelha e a outras organizações internacionais. Mantém relações diplomáticas com 104 países, onde possui, inclusive, embaixadas, e com a Comissão Europeia. Durante a Segunda Guerra Mundial considerou-se muito seriamente a possibilidade de Lhe ser dada a soberania de Israel.
A 13 de Março de 2001, o Governo de Malta concedeu à Ordem, por 99 anos, com carácter extra-territorial, o Forte de S. Ângelo, datado de 1530, comemorando e assinalando 200 anos sobre a saída da Ordem de Malta, daquela Ilha do Mediterrâneo.
por A. J. Brandão de Pinho
______________________
BIBLIOGRAFIA - COSTA, Paula Pinto e ROSAS, Lúcia (2001), Leça do Balio no Tempo dos Cavaleiros do Hospital, Edições Inapa, pág.13; FIGUEIREDO, José Anastácio de, Nova História da Militar Ordem de Malta, Volume 2, pág.137 e ss; MATTOSO, José (Lisboa, 1985), Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros. A Nobreza Medieval Portuguesa nos Séculos XI e XII, Guimarães Editores, págs. 227 ss; BARROS, Henrique da Gama (Lisboa, 1885), História da Administração Pública em Portugal nos séculos XII a XV, pág. 366;

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cruz de Malta nos Brasões Autárquicos

A propósito da actualização do nosso levantamento de Autarquias Locais que ostentam a cruz da Ordem de Malta no seu ordenamento heráldico, acrescentamos na barra lateral deste nosso blog mais alguns dos Brasões dessas mesmas autarquias. É nossa intenção disponibilizar aqui a totalidade dos Brasões que ostentam a cruz da Ordem de Malta, com link's para as páginas oficiais das respectivas autarquias. O que faremos à medida que os respectivos ordenamentos heráldicos forem sendo disponibilizados.

Gestão de conteúdos e comentários

Verificamos que as mudanças efectuadas recentemente no aspecto do blog, nomeadamente pela alteração do template, provocaram perda irreversível de informação e os conteúdos anteriores a essa alteração não podem ser modificados bem como não podem ser geridos os respectivos comentários, sob pena de se perderem também. Pelo que aproveitaremos esta situação para introduzir e actualizar conteúdos já antes tratados.

As nossas desculpas pela falta de resposta aos comentários introduzidos em tópicos anteriores à alteração.