domingo, 31 de março de 2013

Visita à antiga Comenda de Maceda



 
Maceda é atualmente uma freguesia e vila pertencente ao concelho de Ovar e distrito de Aveiro, com 15,34 km² de área e 3.521 habitantes (2011). Foi elevada a vila a 13 de Maio de 1999.
A presença da Ordem do Hospital nesta freguesia está documentada desde o século XIII. Existem ainda nos seus limites marcos de granito, datados de 1629, que delimitam a freguesia a norte e a leste. Foi anexa à Comenda de Rio Meão, situação que ainda se verificava em 1785. Foi extinta em 1834.

sábado, 30 de março de 2013

Visita à antiga Comenda de Mozelos

 

 
Mozelos é atualmente uma freguesia pertencente ao concelho de Santa Maria da Feira e distrito de Aveiro, com 5,04 km² de área e 7.142 habitantes (2011).
Contemporânea das demais Comendas que a Ordem deteve nas imediações, Mozelos tinha anexa a maior parte da freguesia de Santa Maria de Meladas, extinta no final do século XV, devido a uma peste que dizimou quase toda a população. Ainda hoje existe aí uma pequena Capela comemorativa da antiga Igreja Paroquial que aí existiu até ao século XII, bem como alguns marcos nos limites da Freguesia, com a “Cruz de Malta”. Foi extinta em 1834.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Visita à antiga Comenda de Rio Meão


 


Rio Meão é atualmente uma freguesia pertencente ao concelho de Santa Maria da Feira e distrito de Aveiro, com 6,47 km² de área e 4.931 habitantes (2011).
Foi a Comenda de Rio Meão instituida após uma doação de 1218, em que Fernão Vasques doou à Ordem do Hospital os bens que aí possuía. Também da Demarcação efetuada em 1630, subsistem ainda muitos marcos com a data de 1629 e a cruz oitavada da Ordem. Foi esta Comenda extinta em 1834.

domingo, 10 de março de 2013

520 Anos do Encontro de Colombo e D. João II


Terminou hoje, em Vale do Paraíso, no concelho de Azambuja, a Recriação Histórica do encontro ali realizado há 520 anos entre El-Rei D. João II e o navegador Cristóvão Colombo.
 
Um evento que se caracterizou pela apresentação de danças e cantares medievais, a realização de cortejos históricos, feira medieval, recriação da entrada real, uma conferência sobre o acontecimento, e visitas guiadas à Casa Colombo, ao Centro de Interpretação e à Igreja de Nossa Senhora do Paraíso.
Foi uma iniciativa da Junta de Freguesia de Vale do Paraíso, com o apoio do Município de Azambuja e a parceria de um vasto conjunto de entidades, e culminou com a entronização do estandarte de Cristóvão Colombo no Centro de Interpretação.

Correspondendo a um convite dirigido pelas autoridades locais, S.E. o Senhor Conde de Albuquerque e o Ex.º Senhor Dr. João Pedro de Campos Henriques, respetivamente presidente e secretário do Conselho da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, participaram nestas festividades comemorativas e assistiram à celebração da Santa Missa, realizada na manhã deste domingo.

A relevância desta presença traduz-se no facto desta ser uma região historicamente importante para a Ordem de Malta, que aí deteve uma das suas mais ricas e importantes Comendas: a Comenda de Pontével, que visitamos recentemente.
Acresce que, durante a sua deslocação a Vale do Paraíso, Cristóvão Colombo terá sido alojado pelo Prior do Crato D. Diogo Fernandes de Almeida, na Casa dos Comendadores da referida Comenda da Ordem Militar do Hospital de S. João de Jerusalém. O então Prior do Crato era filho de D. Lopo de Almeida, 1º. Conde de Abrantes, amigo e parceiro de negócios de Lorenzo de Berardi, pai do banqueiro florentino de Colombo em Sevilha.
Para além do mais, D. Diogo Fernandes de Almeida era um Nobre da total confiança d’El-Rei, seu Monteiro-Mor, Alcaide-Mor de Torres Novas, aio do Governador das Ordens de Santiago e de Avis, membro do Conselho Real. Colombo sabia da importância deste Nobre.

Andam ainda algo controvertidas na historiografia as circunstâncias deste encontro de Cristóvão Colombo com El-Rei D. João II, em Vale do Paraíso, povoação doada em 1272 à Ordem de Santiago de Espada, passada posteriormente, em 1360, ao Convento das Comendadeiras de Santos-o-Novo, em Lisboa.
As teses que o sustentam e procuram fundamentar, cada vez com mais consistência, é certo, socorrem-se do Diário de Bordo do próprio Cristóvão Colombo e de uma missiva de 04 de Março de 1493, data em que terá chegado a Lisboa. O rei neste dia encontrava-se em Rio Maior, mas no dia 5 já estava em Vale do Paraíso. Estanciava por estas paragens para, alegadamente, escapar à Peste que grassava por Lisboa. Colombo só recebeu a resposta d’El-Rei 4 dias depois, quando este lhe pediu para o visitar.
"Sábado 9 de marzo- Hoy partió de Sacanben (Sacavém) para ir adonde el Rey estaba, que era el valle del Paraíso, nueve léguas de Lisboa: porque llovió no pude llegar la noche. El Rey (em Vale do Paraíso) le mandó recibir a los pincipales de su casa muy honradamente, y el Rey también les recibió con mucha honra y le hizo mucha favor y mandó sentar y habló muy bien, ofreciéndole que mandaría hacer todo lo que a los Reys de Castilla y a su servicio complise complidamente y más que por cosa suya; ". Cristóvão Colombo, Diário de Bordo.

Não sendo ainda muito pacífico se o encontro com D. João II, se deu na noite do dia 9 de março ou na manhã de domingo, dia 10, há precisamente 520 anos, é relativamente mais consensual que a jornada terá terminado com uma missa, onde ambos terão rezado, depois d'El-Rei ordenar que se desse a Colombo tudo o que ele precisasse.
"Tras haber permanecido el domingo y el lunes hasta después de misa en aquel lugar, el Almirante se despidió del rey, quien le demostró mucho afecto y le hizo muchos ofrecimientos". Hernando Colón, História del Almirante, p.178.

No dia seguinte à missa com D. João II, Colombo ter-se-á dirigido diretamente para a Azambuja, que fica a cerca de 4 km pela serra, com o objetivo de visitar a Rainha D. Leonor de Lencastre, que estava no Convento de Santo António. Daí rumou ao Sul e daqui a Espanha, terminando assim esta sua curta estadia em Portugal, após o regresso da viagem e descoberta da América.

sábado, 9 de março de 2013

ORDEM DE MALTA REGRESSA A VILA COVA À COELHEIRA

No passado mês de Fevereiro foi formalmente constituído um Núcleo do CVOM – Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, em Vila Cova à Coelheira, atual freguesia pertencente ao concelho de Vila Nova de Paiva e distrito de Viseu. Este Núcleo, de acordo, com os seus impulsionadores e membros fundadores «…permitirá “o acordar” da ação hospitalária e presença da Ordem naquela antiga Comenda, com vista ao desenvolvimento das obras assistências hospitalárias a que sempre se votou e que desde sempre existiram, também, naquelas terras: a assistência aos pobres e necessitados e em particular aos doentes e peregrinos».
Recorde-se que Vila Cova à Coelheira - «Cova» porque se situa num vale entre montanhas e «Coelheira», porque nesse vale abundavam coelhos - foi uma das mais antigas Comendas da Ordem de Malta no nosso país.
O povoamento dessa região remonta à época pré-romana, período em que os Lusitanos e os Celtiberos habitavam a zona beiraltina. Vila Cova à Coelheira foi, nos primórdios da nacionalidade, uma “honra“ de Soeiro Viegas, filho de Egas Moniz, aio de D. Afonso Henriques. Pouco depois do falecimento do nosso primeiro rei, Vila Cova à Coelheira foi doada à Ordem do Hospital que, ainda em 1185, aí estabeleceu uma das suas mais importantes comendas da Beira Alta.
Aumentou esta Comenda de tal forma a sua importância e benefícios que, em pouco tempo, já outras Comendas como as de Fontelo e Alvelos lhe estavam anexas e, em 1553, Frei Claude de La Sengle, 48.º Grão-Mestre da Ordem, conferiu-lhe mesmo a categoria de Comenda Magistral do Priorado de Portugal, ou seja, uma comenda diretamente vinculada ao Grão-Prior da Ordem, rivalizando nessa região com a Comenda de Sernancelhe, que detinha a mesma categoria.
Recebeu foral manuelino em 21 de Julho de 1514. Foi vila e sede de concelho desde o século XIII, ou, XIV, até 1836. Nesta data foi anexado a Fráguas para passar ao de Castro Daire a 7 de Setembro de 1895. Restaurado o concelho de Fráguas, com sede em Vila Nova de Paiva, por Decreto de 13 de Janeiro de 1898, as freguesias que constituíam o concelho de Vila Cova à Coelheira (Touro e Vila Cova à Coelheira) foram-lhe anexadas.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Cerimónia Comemorativa dos 900 Anos da Ordem de Malta em Ponta Delgada

Igreja Matriz de Ponta Delgada
Palácio José do Canto
A próxima Cerimónia de Investidura de Novos Membros da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta, Comemorativa dos 900 Anos da Ordem, terá lugar no dia 8 de Junho, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, nos Açores.

quinta-feira, 7 de março de 2013

D. Luís Mendes de Vasconcelos (1541-1623)


Passam hoje 390 anos sobre o falecimento de Frei D. Luís Mendes de Vasconcelos, 55.º Grão-Mestre da Soberana e Militar Hospitalária Ordem de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta (1622-1623), segundo dos quatro Grão-Mestres Portugueses.
Natural de Évora, onde terá nascido por volta de 1541, era filho de Francisco Mendes de Vasconcelos e sua mulher D. Isabel Pais de Oliveira. Neto paterno de Cristóvão Nunes da Costa e Dona Catarina Mendes de Vasconcelos. Neto materno de Paio Rodrigues de Vilalobos e Dona Isabel de Oliveira, todos moradores na cidade de Évora.
Desde muito cedo que a Ordem o pretendeu entre os seus e para isso fez as devidas provanças, chegando a Malta em 1 de Abril de 1572. Antes de rumar a Malta serviu algum tempo junto à pessoa do Senhor D. João de Áustria, Generalíssimo do Mar e filho natural do Imperador Carlos V. Foi Capitão da Galé Esperança por dois anos. Desempenhou as funções de Auditor, Procurador de Encarcerados e Comissário de Pazes. Foi ainda Recebedor da Religião em Portugal, entre 1589 e 1598, Embaixador da Religião em Roma e Conservador Conventual, de que passou a General de Galés, em 1613. Foi ainda Bailio de Aquila, por um Breve particular de Sua Santidade o Papa Paulo V, e de Acre. Por seu primeiro cabimento teve a Comenda de Elvas e Montoito, que deixou melhorando-a com a Comenda de Vera Cruz. Além destas teve de graça as Comendas de Rossas, Frossos, Vila Cova e Algozo, que lhe concedeu o Grão-Mestre Fra' Alof de Wignacourt (1601-1622).
Eis que por fim atingiu o Grão-Mestrado da Ordem, em 17 de Setembro de 1622, correspondendo à última vontade do seu antecessor que pediu «Que em nenhuma outra peffoa votaffem para Grão Meftre seu suceffor, mais que em Fr. Luiz Mendes de Vafconcellos: porque, naquelle trance lhes affirmava que efta era a peffoa, q, pofta naquella Dignidade, feria a mais importante para o serviço de Deos, e bem da Religião». Dignidade de que gozou por apenas um ano e, por isso, enquanto tal, não é muito significativa a sua obra. No entanto, no seu breve governo, demonstrou a grandeza do seu ânimo, a generosidade do seu pensamento e o zelo pela justiça. Faleceu em 07 de Março de 1623 e foi sepultado na cripta da Igreja de S. João, em La Valleta, Malta. Aí se pode ler: D.O.M. Frater Ludovicus Mendes de Vasconcellos. Qui per singulos pacis, bellique gradus ad summum Magisteris culmen virtute duce, conscenderat; In Septimo vix Principatus Mense, Fato bonis infausto Praripitur. Cunstis optatus, nulla non lacrimatus, Hic conditur. Nono Martii M.D.C.XX.III.

Fonte: LIMA, Fr. António Pereira de, Vida, e Acção de Sua Alteza Sereníssima Fr. Luís Mendes de Vasconcellos, Grão Mestre da Sagrada Religião de Malta, Lisboa, 1731.

segunda-feira, 4 de março de 2013

ANTIGAS ORDENS MILITARES PORTUGUESAS

Correspondendo a alguns esclarecimentos que nos têm sido solicitados ultimamente, relativamente às denominadas Antigas Ordens Militares e Ordens Honoríficas Portuguesas, transcrevemos excerto sobre o tema da Página Oficial do Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas:
 
As Antigas Ordens Militares são o testemunho da tradição secular de que são herdeiras as Ordens Honoríficas Portuguesas. Muito embora conservem a antiga nomenclatura de ‘Ordem Militar’, trata-se hoje em dia de uma designação que pretende destacar o carácter histórico que lhes está associado.
As ordens monástico-militares que lhes deram origem foram criadas na Idade Média, com a aprovação do Papa e com a protecção régia, visando tomar parte activa na Reconquista, à qual deram um contributo decisivo.
As ordens monástico-militares criadas em Portugal (Ordens Militares Nosso Senhor Jesus Cristo, de São Bento de Avis e de Sant’Iago da Espada) e nos restantes reinos da Península Ibérica (Ordens Militares de Santiago, Calatrava, Montesa e Alcântara) inspiraram-se, por seu turno, nas ordens militares criadas no Reino de Jerusalém no século XI para defesa da Terra Santa – a Ordem do Hospital de S. João de Jerusalém e a Ordem dos Templários.
Com o fim da Reconquista no território português, as ordens militares sofreram igualmente uma evolução que passou pelo relaxamento dos primitivos votos de pobreza e castidade e pela perda da sua autonomia no século XVI, com a entrega da sua administração à Coroa.
Este processo conduziu também à sua transformação em ordens que visavam recompensar serviços ou a fidelidade ao Soberano.
A Rainha D. Maria I quis restaurar o prestígio das Ordens, considerando no preâmbulo da Carta de Lei de 1789 que a “não auxiliar com Providencias próprias e accommodadas a tanta desordem, e relaxação, se chegaria por fim ao ponto extremo dellas não serem nem consideradas, nem estimadas, como Insígnias de honra e dignidade” (MELO, Olímpio de; Ordens Militares Portuguesas e outras Condecorações, Imprensa Nacional, Lisboa, 1922, p. 31).
Embora a extinção formal das ordens religiosas e a transferência dos seus bens para a Coroa tenha tido lugar apenas no reinado de D. Maria II, a reforma de 1789 conduziu à sua transformação em ordens de mérito assentes no mérito individual, laicas e puramente honoríficas.
Em 1910, logo após a Revolução Republicana, algumas das ordens vigentes sob o deposto regime monárquico foram extintas, mantendo-se apenas a Ordem Militar da Torre e Espada.
Em 1917 foi reformulada e restabelecida a Ordem Militar de Avis. Em 1918, no final da Guerra Mundial, foram restabelecidas a Ordem Militar de Cristo e a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada como Ordens Honoríficas, sendo a função de Grão-Mestre atribuída ao Presidente da República.
Desde 1918 são quatro as Antigas Ordens Militares:
  • Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito;
  • Ordem Militar de Cristo;
  • Ordem Militar de Avis;
  • Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
A cada uma das Antigas Ordens Militares correspondem finalidades e insígnias específicas, consagradas na Lei das Ordens Honoríficas.
Bibliografia:
CHANCELARIA DAS ORDENS HONORÍFICAS PORTUGUESAS; Ordens Honoríficas Portuguesas, Imprensa Nacional, Lisboa, 1968
ESTRELA, Paulo Jorge; Ordens e Condecorações Portuguesas 1793-1824, Tribuna da História, Lisboa, 2008
MELO, Olímpio de; Ordens Militares Portuguesas e outras Condecorações, Imprensa Nacional, Lisboa, 1922

sábado, 2 de março de 2013

Marcos da Comenda de Rossas, Arouca

Foi há precisamente dez anos que A. J. Brandão de Pinho, então a cursar Direito na Universidade Lusíada do Porto, iniciou a procura e inventariação dos Marcos existentes nos limites da extinta Comenda  de Rossas da Ordem de Malta, actual freguesia de Rossas, no concelho de Arouca. Dos 46 marcos levantados e hábitos abertos em 1630, bem como das reposições feitas em 1656, 1702 e 1769,  foram encontrados e inventariados 23.
Este trabalho foi a motivação necessária para que se estendesse o estudo a muitos outros aspectos da freguesia de Rossas, sendo hoje apenas um dos capítulos de um trabalho mais extenso epigrafado "Rossas - Inventário Natural, Patrimonial e Sociológico", que o autor está empenhado em fazer dar à estampa até ao próximo dia 22 de Agosto do presente ano. Data em que se assinala o 25.º Aniversário do falecimento de Dom Domingos de Pinho Brandão, bispo auxiliar da Diocese do Porto, natural da freguesia de Rossas, que primeiramente se debruçou sobre as Demarcações da Comenda e os Limites da Freguesia.