domingo, 1 de março de 2015

Processo de Beatificação de Frá Andrew Bertie

No passado dia 20 de fevereiro foi oficialmente instaurado o processo para a beatificação e canonização do antigo Grão-Mestre da Ordem de Malta  Frá Andrew Bertie. A cerimónia teve lugar a seguir à Santa Missa realizada na Basílica de São João de Latrão, a primeira das quatro basílicas papais de Roma e a mais antiga igreja do Ocidente, presidida por Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Cardeal Raymonde Leo Burke, Capelão-Patrono da Ordem de Malta.
 

A este ato solene, massivamente participado por membros da Ordem (cerca de 1300, oriundos de 35 países), sob presidência de Sua Alteza Eminentíssima Frá Matthew Festing, dignou-se assistir S.E. o Presidente da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem de Malta, Senhor Conde de Albuquerque, Dr. Augusto de Athayde.
Este acontecimento é tão mais importante, quando se trata da primeira vez, ao longo dos seus já mais de 900 anos de história, que a Ordem de Malta vê um seu antigo Grão-Mestre proposto para ser elevado à glória dos altares.
Depois do Papa João Paulo II, esta foi a segunda vez na história que a investigação de um processo de beatificação teve a sua abertura oficial nesta Basílica e não no palácio do Vicariato, dada a presença de muitos devotos.
 
Como se processa a beatificação e canonização?
O processo seguirá a portas fechadas, sendo que em aberto estão duas coisas distintas: a beatificação, que consiste no reconhecimento da sua santidade e autorização de culto em âmbito local e; a canonização, que consiste no reconhecimento da sua santidade com a prática do culto universal para toda a Igreja.
De acordo com a constituição apostólica Divinus perfectionis Magister, aprovada em 1983 pelo Papa João Paulo II, assim como com as normas expedidas pela Congregação para a Causa dos Santos, de que é perfeito emérito o Nosso Cardeal Dom José Saraiva Martins, o processo tem uma primeira etapa na diocese em que faleceu Andrew Bertie, a que se segue uma outra em Roma, onde se examina toda a documentação enviada pelo respetivo Bispo diocesano. Após exame profundo da documentação efetuada pelos teólogos e especialistas, competirá a Sua Santidade o Papa declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres, a beatificação e/ou a canonização.
A tramitação do processo de santidade de Andrew Bertie, cuja fama de santo se tem vindo a sustentar, passará por algumas etapas distintas. Cinco anos após a sua morte (no caso do Papa João Paulo II, foi menos), qualquer católico ou grupo de fiéis pode iniciar o processo (como foi este o caso, com a petição apresentada pelo atual Grão-Mestre da Ordem). Seguidamente, juntam-se os testemunhos e pede-se a permissão à Santa Sé. Quando se consegue esta permissão, procede-se ao exame detalhado dos relatos das testemunhas, a fim de apurar de que forma a pessoa em questão exercitou a heroicidade das virtudes cristãs. Aos bispos diocesanos competirá a tarefa de investigar acerca da vida, virtudes ou martírio e fama de santidade ou de martírio e/ou milagres aduzidos ao dito Servo de Deus, cuja canonização se pede. Este levantamento de informações é depois enviado à Santa Sé e, então, se o exame dos documentos for positivo, o "Servo de Deus" é proclamado "Venerável". Chegados a este momento, a segunda etapa do processo consiste no exame dos milagres atribuídos à intercessão do "Venerável". Se um destes milagres for considerado autêntico, o "Venerável" é considerado "Beato". Se após esta beatificação se verificar um outro milagre devidamente reconhecido, então o beato é proclamado "Santo".
 
Fontes e Fotos: Blogue da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses, Agência Ecclesia e Site Oficial da Ordem de Malta

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